Hoje, duas curtas notícias deixaram-me baralhado:
A confiança dos consumidores aumentou.
A confiança dos investidores diminuiu.
Tendo em conta que os consumidores são em muito maior número que os investidores, parece que há razões de esperança no futuro para a maioria dos portugueses. Mas, por outro lado, é necessário ter em conta que normalmente os investidores estão muito melhor informados do que os consumidores, mormente sobre questões económicas; para investir bem precisam de informações sobre as tendências da economia, ao passo que os consumidores têm preocupações mais a curto prazo e decisões de menor importância, tipo compro ou não compro uns sapatos novos. Portanto talvez as razões para optimismo não sejam assim tão evidentes.
Será esta discordância um aspecto particular da célebre luta de classes de que se fala há tanto tempo?
Numa das nossas televisões, se não estou em erro na SIC, apereceu repetidamente em roda-pé: "Na Polónia inflação aumente 4,1%."
Fico na dúvida. A inflação aumentou 4,1%? De quanto para quanto? Ou foram os preços no consumidor que aumentaram 4,1% e portanto a notícia correcta seria "Inflação atingiu 4,1%"?
É tão vulgar a confusão nos nossos meios de comunicação entre grandezas e variação (situação regularmente denunciada no blog "A Pente Fino") que me inclino para esta última hipótese.
Hoje tenho duas grandes dúvidas. Não pretendo que este meu blog priveligie a política, muito menos a política internacional, mas perante o conflito na Goórgia as dúvidas que me assaltam são as seguintes:
1
Qual a diferença entre o Kosovo e a Ossétia do Sul? Ambos são parte integrante de um país internacionalmente reconhecido e com fronteiras estabelecidas, embora no caso da Ossétia não saiba se a Rússia reconhece a fronteira da Geórgia, já no caso do Kosovo, creio que a fronteira da Sérvia não oferecia dúvidas. Ambos têm uma população maioritariamente de uma etnia ou língua e cultura diferente da do país em que se integram. Ambos pretendem a independência e têm uma autonomia de facto próximo daquela. Porquê num caso a independência foi estabelecida à força e apoiada pelos principais países ocidentais e no outro se nega o mesmo estatuto?
2
Que critérios são seguidos no direito internacional para provilegiar a integridade territorial (como no caso da Ossétia) ou o direito à autodeterminação dos povos (como no Kosovo)?
Todos os dias há novos motivos para dúvidas e incertezas.
Tive a ideia de começar a expor aqui as principais questões que me suscitam dúvidas, importantes ou de mero pormenor.
Não espero que alguém me elucide, mas se tal acontecer, ainda bem.