Mais um desastre com um carrossel!
Mas o que mais me espanta, para além da insegurança que estes equipamentos de divertimento demonstram pelos sucessivos desastres que têm ocorrido, é a dúvida que os intervenientes e responsáveis a diversos níveis demonstram sobre a legislação a que devem obedecer, a quem e como devem ser requeridas as licenças, quem fiscaliza (se alguém fiscaliza). Admito que haverá alguém que tenha a lei que se aplica na ponta da língua e que esta seja precisa e fácil de interpretar. Mas as declarações e as hesitações das pessoas ligadas à exploração destes divertimentos de feira levam-me a pensar que, se a lei existe, ela é na prática desconhecida.
Dizem que há uma nova lei já aprovada em Conselho de Ministros que entrará em vigor em breve. Duvido que isto sirva de consolação aos feridos deste último desastre.
Desde as primeiras notícias sobre o desaparecimento do navio "Artic Sea" que as interrogações e as dúvidas se têm acumulado. Alé do nome, da bandeira, da nacionalidade dos tripulantes, da origem e do destino, pouco se sabe de certo. A carga é dita ser madeira, mas há dúvidas sobre isso, o alegado assalto por piratas ao largo da Suécia pode ter-se dado ou pode não ter ocorrido. Os alegados piratas envergariam ou não uniformes da polícia sueca, mas a Suécia nega que fossem agentes seus. Pode ter havido ou não um segundo ataque. A ordem dos acontecimentos é nebulosa. Se o navio foi assaltado ao largo da Suécia e a última comunicação antes do desaparecimento foi feita a partir do canal da Mancha, conclui-se que houve comunicação depois do alegado assalto. Quem a recebeu e que dizia? Falaria do assalto ocorrido. Se não, como se veio a saber do assalto e porque há dúvidas sobre a sua ocorrência.
Passou ou não ao largo de Portugal. Se passou foi avistado por quem? Foi nas águas territoriais ou fora delas?
Porque chegou a ser desmentido que tivesse sido avistado ao largo de Cabo Verde se depois foi aí que os russos o encontraram. Como e onde foram presos os 8 suspeitos do acto de pirataria?
A carga tinha algo suspeito ou não.
Etc. etc. etc..
Quando o Sr. Rogozin, responsável russo pela Segurança Marítima, diz, segundo o DN on-line, que "as autoridades difundiram deliberadamente informações falsas sobre o navio para «não revelar as acções dos militares russos»", todas as dúvidas são possíveis, até a da própria existência do navio.
Porque será que o nosso querido PM só referiu, dos dados agora divulgados pelo INE, o crescimento do PIB (com o espantoso valor de 0,3% positivos!!!) e não teve uma palavra para os valores do desemprego?