Não consigo sequer pensar em fazer uma lista das dúvidas que o caso Freeport me suscita. E não devo ser o único.
Mas a entrevista que a procuradora Cândida de Almeida concedeu a Judite de Sousa, em vez de me esclarecer, só contribuiu para aumentar a confusão. Suspeitas sobre pessoas que não são suspeitos, segredo de justiça que deixa revelar tanta coisa, processos parados e processos que retomam o andamento, tudo me pareceu confuso e por vezes até um pouco ilógico, como neste pedaço de diálogo:
Judite de Sousa: “Já localizaram o primo do primeiro-ministro?”
Cândido de Almeida: “Sim, sabemos onde está”:
JS:”E pode dizer-nos onde?”
CA:”Não posso, senão ele foge.”
Não consigo perceber porque fugiria o primo do PM se Cândida de Almeida dissesse o nome do local onde se encontra, não fugindo pelo simples facto de ter ficado a saber que foi localizado, se é que viu ou lhe contaram da entrevista. Seria o conhecimento público do local que o faria fugir? E se não é suspeito o que o levaria a querer fugir? Para quê?