Claro que me assusta o risco de uma pandemia mortífera de gripe. Mas lá por isso não deixo de me interrogar sobre se a devo designar por gripe suína, gripe porcina, gripe mexicana, gripe da América do Norte, gripe H1N1 ou simplemente gripe A. Ouvi ou li todas estas designações na TV e na imprensa. Mas ainda mais confuso fico com os números da doença, principalmente o número de mortos, que já foram descritos por esta ordem: 17, 18, 20, 26, 103, 149, 159 (até aqui tudo bem (sob o aspecto lógico, porque são números crescentes, já que os mortos não costumam resuscitar), mas depois ouvi números como 7, 8, novamente 26 e novamente cerca de 150. Em que ficamos? Sobre os números de doentes confirmados e de suspeitos também ouvi valores díspares que me deixaram baralhado e muitas vezes ouvi números atirados ao ar sem definir se eram doentes, se estavam confirmados como sendo desta gripe e não de outra gripe ou de outra doença qualquer ou se eram simples suspeitos.
Mas o que mais me preocupou foi a explicação para o número de mortos declarados pelas autoridades mexicanas ter descido de 149 para 7. Segundo ouvi foi que afinal só para esses 7 estava confirmado por análises de confiança que a morte tinha sido mesmo causada pela estirpe H1N1. Mas então e os outros? Partindo do princípio que o engano não tinha sido na contagem, chega-se à conclusão que houve 142 pacientes que morreram no México com sintomas que se podiam confundir com a gripe, mas que afinal não tinham morrido da gripe H1N1! A mim, pobre ignorante dessas coisas, parece-me bem mais grave que tenham morrido 142 pessoas de uma outra gripe ou de outra doença não identificada do que a morte dos 7 confirmados como sendo H1N1. Será que essa outra doença responsável pelas 142 mortes não pode causar uma pandemia?