Há duas semanas expus aqui as minhas dúvidas sobre a razão porque há necessidade ou conveniência em que países aceitem receber prisioneiros de Gauntanamo uma vez que o estabelecimento prisional aí existente seja extinto.
Depois disso li muitas explicações, nomeadamente que se tratará de prisioneiros para os quais não chegou a ser formulada qualquer acusação concreta e que, em certos casos, não poderão voltar em segurança para os respectivos países de origem.
No entanto as dúvidas principais continuam pertinentes: Se foram os Estados Unidos que os constituíram prisioneiros, com razão ou sem ela, porque não os mantém no seu território, seja com que estatuto for? Ao serem acolhidos noutros países, nomeadamente em Portugal, que estatuto terão, prisioneiros, refugiados, asilados ou outro?
Uma nova dúvida me ocorreu ao saber que, de acordo com notícias dos jornais, Portugal foi o primeiro país a anunciar a disponibilidade de receber alguns destes prisioneiros: Seria necessário ter tanta pressa? Foram bem pensadas todas as implicações?
Leio com curiosidade nos roda-pés das notícias televisivas:
"Portugal aceita receber alguns prisioneiros de Guantanamo" (apesar das aspas e do itálico, a citação é de memória e pode não corresponder exactamente às palavras lidas).
Ouço que outros países da Europa fizeram propostas semelhantes.
Assaltam-me várias interrogações:
Será que a prisão de Guantanamo vai fechar? Agora ou depois da tomada de posse de Obama? Ou trata-se de prisioneiros libertados?
E fico sem perceber porque razão os prisioneiros de Guantanamo, no caso de os Estados Unidos decidirem fechar a prisão aí existente, não podem ir para prisões normais nos EUA e terão de ser acolhidos noutros países. Também não fico esclarecido sobre o estatuto destes prisioneiros uma vez fechada a prisão de Guantanamo: Os países que os acolhem mantêm-nos prisioneiros? Neste caso ficam sob a jurisdição da justiça local ou dos EUA?
Ou pura e simplesmente serão libertados? Se forem libertados, porque razão necessitam de ser acolhidos noutros países e não voltam simplesmente para as suas terras de origem?