O governo entregou o seu programa à Assembleia da República para discussão. Na verdade não foi bem assim: Um ministro foi à AR entregar um programa, que foi apresentado como sendo do governo. Mas atendendo que o governo tomou posse à cerca de uma semana, não houve, evidentemente, tempo para cada ministro preparar um texto com o seu programa sectorial e para o conjunto destes programas ser depois discutido e coordenado em reuniões parcelares ou em plenário para sair finalmente o programa final. Segundo as notícias vindas a público só hoje de manhã houve uma reunião do Conselho de Ministros para aprovar o programa. É portanto óbvio que foi o PM ou este em conjunto com o seu núcleo duro que fez o programa e o fez aprovar rapidamente pelos ministros obedientes e obrigados com apenas, se tanto, uma breve troca de ideias ou de esclarecimentos. Aliás o facto de o programa ser praticamente uma cópia do programa eleitoral do PS reforça esta ideia. Tudo leva a crer que, em vez do Programa do Governo, o que a AR vai discutir é o programa de Sócrates. Ou nem isso, porque o tempo que os deputados têm para ler o programa e o período programado para a discussão não dá para nada. Tudo não passa de pura encenação.