Segundo noticiários da TV, a Comissão da UE exige que os países que apresentam défices excessivos os corrijam até 2013. Nesse ano já deverão respeitar o máximo do PEC de 3% para o défice orçamental do estado. O calendário do ajustamento foi estudado caso a caso. Porém as notícias são pouco precisas e contraditórias sobre o ritmo de ajustamento a que Portugal ficará sujeito. Segundo uns, teremos de reduzir o défice em 2% ao ano. Ora como a previsão do défice da UE para este ano é de 8%, é evidente que queriam dizer 2 pontos percentuais por ano e não 2% por ano - uma redução de 2% por ano a partir de 8% levaria 50 anos a atingir o valor de 3%, mas os nossos jornalistas raramente distinguem percentagens de pontos percentuais. Mas vamos fazer o cálculo de uma redução de 2 pp por ano. É fácil ver que em 2012 o défice já seria apenas de 2% e em 2013 seria de 0%. Não parece que a UE venha fazer esta exigência exagerada. Segundo outra notícia, a redução imposta (ou sugerida para negociação?) é de 0,75 pontos percentuais por ano. Aqui a lentidão do ajustamento levaria a que em 2013 o défice ainda fosse de 5% e só em 2016 seria inferior a 3% (2,75%). Afinal em que ficamos? 2%, 2 pp, 0,75 pp ou um qualquer valor intermédio? Pelas minhas contas, o valor exacto para chegar a 3% em 2013 será uma redução anual de 1,25 pontos percentuais. Espero ver nos próximos noticiários a questão mais bem esclarecida.