As recentes notícias sobre as indemnizações a que o estado português foi condenato em dois casos por erros judiciários considerados grosseiros que levaram a prisão preventiva ou detenção de indivíduos que não chegaram a ser pronunciados levantou-me várias dúvidas.
Logo a primeira reside nos valores e na sua comparação.
No caso do deputado Paulo Pedroso o estado foi condenado em 1.ª instância a pagar 100000 euros por ter estado preso 4 meses, alegadamente por erro. Embora o elevado valor da indemnização me pareça exagerado, não passa de 34,7 €/hora (considerando meses de 30 dias e as 24 horas do dia).
Já no caso do diregente desportivo Pinto da Costa, o mesmo estado foi condenado a pagar-lhe 25000 € por ter ficado detido 3 horas, o que foi considerado errado por se ter apresentado expontaneamente. Neste caso o rendimento, se assim podemos chamar-lhe, por hora será de 8333! É apenas 240 vezes mais elevado!!
A que se poderá dever a flagrande discrepância? Em ambos os casos a indemnização cobre não só os prejuízos como os danos morais, o vexame e a dúvida que se poderá ter instalado no público que teve acesso às notícias. Será que um dirigente desportivo, ou o seu precioso tempo, vale 240 vezes um deputado?
Como é possível que depois de amplamente divulgada, desde o final da tarde de ontem (2008-09-16), a notícia de que o FED manteve inalterada a taxa de juro base, esta manhã a RTP afirme e repita que baixou a taxa de 0,25 pontos percentuais, como se esperava?
Sou um simples cidadão interessado e pouco percebo de economia, mas gosto de estar informado correctamente. Um jornalista tem como obrigação profissional estar melhor informado que o comum dos cidadãos, para poder veicular informação correcta.
De notar que no próprio sítio da RTP na net a informação está correcta. É de lamentar que depois, ao vivo na TV, afirmem o contrário.
Já não basta a confusão frequente entre milhões de euros e milhares de milhões de euros.