Só sei que nada sei. Talvez não seja bem assim, mas as dúvidas e incertezas são uma constante.
Sábado, 31 de Janeiro de 2009
Desconcertante

Não consigo sequer pensar em fazer uma lista das dúvidas que o caso Freeport me suscita. E não devo ser o único.

Mas a entrevista que a procuradora Cândida de Almeida concedeu a Judite de Sousa, em vez de me esclarecer, só contribuiu para aumentar a confusão. Suspeitas sobre pessoas que não são suspeitos, segredo de justiça que deixa revelar tanta coisa, processos parados e processos que retomam o andamento, tudo me pareceu confuso e por vezes até um pouco ilógico, como neste pedaço de diálogo:

 

 

Judite de Sousa: “Já localizaram o primo do primeiro-ministro?”

Cândido de Almeida: “Sim, sabemos onde está”:

JS:”E pode dizer-nos onde?”

CA:”Não posso, senão ele foge.”
 

Não consigo perceber porque fugiria o primo do PM se Cândida de Almeida dissesse o nome do local onde se encontra, não fugindo pelo simples facto de ter ficado a saber que foi localizado, se é que viu ou lhe contaram da entrevista. Seria o conhecimento público do local que o faria fugir? E se não é suspeito o que o levaria a querer fugir? Para quê?



publicado por Pedro Freire às 22:45
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Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2009
Mas que tem a ver?

Perante os ataques de Paulo Rangel a propósito do relatório da OCDE que afinal não era da OCDE, Sócrates, não só se desdisse, como terá comentado: "Que credibilidade tem aquela bancada para falar de verdade, se, quando era Governo, assinou acordos para a construção do TGV e agora diz que esse investimento devia parar?"

 

Quanto a mim, o PM não só mentiu e tentou disfarçar a mentira, mentindo mais uma vez ao dizer que não tinha mentido, quando afinal há gravações e os sítios do PS e do Ministério da Educação tinham repetido a mentira, como usou uma arma desonesta ao tentar descredibilizar o adversário sobre alegados factos que nada tinham a ver com o assunto. Ou será que o relatório da OCDE que afinal não era da OCDE tem qualquer coisa a ver com o TGV?



publicado por Pedro Freire às 23:40
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Domingo, 18 de Janeiro de 2009
Frio nos Estados Unidos

Abundantes notícias e imagens brancas informam-nos de que os Estados Unidos estão a sofrer um Inverno particularmente rigoroso, com temperaturas muito baixas, muita neve e muito gelo. Os estados mais atingidos são os mais ao Norte, como é natural, principalmente os que fazem fronteira com o Canadá. No entanto não consegui ouvir uma única notícia sobre as condições meteorológicas no próprio Canadá. Será que o frio só atinge os Estados Unidos e quando se atravessa a fronteira em direcção ao Norte as condições são mais amenas? Será que no Canadá, embora faça muito frio, as condições são as habituais para a época e por isso não são notícia? É de admitir que nos Estados Unidos junto à fronteira o frio e a neve sejam extraordinários mas no Canadá sejam os habituais? Ou os Estados Unidos dispõem de mais agências de notícias que mandam os seus telegramas e as suas imagens para as televisões e para os jornais europeus, enquanto que o Canadá não tem os mesmos canais privilegiados?



publicado por Pedro Freire às 18:50
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Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2009
Debates no Parlamento

Francamente, não consigo perceber a lógica de haver debates com o governo na Assembleia da República em que os temas são escolhidos pelo próprio governo. Então não é, segundo a Constituição, a Assembleia que deve vigiar o governo e não o contrário? Seria mais correcto, parece-me, que a Assembleia escolhesse os temas dos debates e tivesse a intervenção de abertura pondo ao governo as questões a que este teria de responder.

 

Reconheço, no entanto, que não acredito que o governo e o seu chefe Sócrates se dignassem responder mais concretamente às perguntas formuladas pelos deputados da oposição, em vez de fugurem às questões, acusarem os deputados e os partidos de tudo e mais alguma coisa ou, pura e simplesmente, não responderem, tentando disfarçar com declarações que nada esclarecem.



publicado por Pedro Freire às 16:45
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Quinta-feira, 8 de Janeiro de 2009
Orçamento adicional e não rectificativo, porquê?

A afirmação do ministro Teixeira dos Santos de que vai apresentar correcções ao Orçamento de Estado (não era sem tempo!) sob a forma de um orçamento adicional ou complementar, que não será um orçamento rectificativo parece-me não fazer qualquer sentido, a não ser revelar uma teimosia, porque utilizar o termo rectificativo seria reconhecer que o OE estava errado e necessitava de ser rectificado. Ora é evidentemente esse mesmo o caso. Não se trata de adicionar ou complementar com novos dados em falta, vai ser mesmo rectificar o que estava mal e que mesmo com toda a gente a apontar o desfasamento dos pressupostos não foi na altura modificado por pura teimosia.



publicado por Pedro Freire às 23:25
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Quarta-feira, 7 de Janeiro de 2009
Estabilização é igual a forte aumento?

Angola ocupa agora a presidência da OPEP. Para marcar a sua presidência começou logo por afirmar, segundo a comunicação social, que pretendia "uma estabilização dos preços do petróleo". Mas queria que esta "estabilização" se situasse num preço entre 70 e 75 dólares por barril, para o que preconiza um corte na produção. Ora como actualmente o preço do barril se situa entre 35 e 50, com pequenas variaqções que apenas confirmam a estabilidade desta gama, não se percebe como se quer estabilizar provocando um aumento de preço para quase o dobro do valor estável actual...



publicado por Pedro Freire às 18:49
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Governo e BdP concertados ou desconcertados?

Primeiro falou Sócrates, numa entrevista em que pouco disse e em que fugiu às perguntas mais embaraçosas. O que houve a reter é que finalmente, tarde demais e perante as evidências, reconheceu que "tudo aponta para um cenário cada vez mais provável de entrarmos em recessão". Depois, 24 horas mais tarde, ouvimos Constâncio, na conferência de imprensa que convocou, confirmar que realmente os dados provisórios da 4.º trimestre de 2008 apontavam para um crescimento negativo e que portanto estávamos em recessão, juntando ainda a previsão de esta se prolongar pelo presente ano com um crescimento anual fortemente negativo. Fiquei na dúvida se estavam combinados. Parece-me mais provável que Constâncio tenha dito que não lhe era possível calar a grave situação económica do país e que sabendo-o Sócrates decidisse que teria de se adiantar e reconhecer a recessão (classificando-a de apenas provável) que iria ser declarada publicamente. Mas eis que logo a seguir à conferência de imprensa o ministro Teixeira dos Santos chama os jornalistas ao ministério para, de pé, em poucos minutos lhes dizer apenas, sem se referir às declarações de Constâncio, que a prioridade  do Governo passa por assegurar o emprego e que o Executivo respondeu atempadamente à crise. Estas declarações causaram algum espanto: "atempadamente"?? Quando só na véspera a probabilidade de recessão tinha sido admitida? Quando o Orçamento de Estado tinha como cenário base uma situação completamente distinta?

Mas o que mais me impressionou foi o aspecto do ministro, com a fala entrecortada, a engolir frequentemente em seco, parecendo mesmo ter lágrimas nos olhos. Estaria comovido? Teria sido pressionado por Sócrates para fazer esta declaração para mostrar que a recessão anunciada por Constâncio não o tinha apanhado desprevenido? Ou, como alvitrou um comentário ao blog Quarta República, seria raiva por Constâncio ter actuado contra o que pretendia o Governo?



publicado por Pedro Freire às 18:00
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Domingo, 4 de Janeiro de 2009
Raça branca

Um princípio adoptado em geral pelos meios de comunicação é o de não mencionar a nacionalidade, a etnia ou a raça de indivíduos suspeitos ou acusados de ilicitudes ou de crimes. É um princípio discutível, embora se compreenda que a sua recusa poderia vir a provocar a desconfiança generalizada sobre determinados grupos étnicos por alguns dos seus membros serem acusados de tais actos com frequência. Mas nem sempre aquela informação seria completamente irrelevante e escondê-la pode ser considerado sunegar informação ao público. De qualquer maneira este princípio existe e é respeitado pelos principais órgãos de comunicação.

Foi por isso com espanto que ouvi hoje num noticiário da SIC mencionar que os indivíduos que praticaram um assalto à mão armada eram "de raça branca". Claro que neste caso, visto a raça branca ser largamente maioritária entre nós, não há o perigo de generalização que poderia levar a desconfiar de todos os indivíduos de raça branca ou a discriminar o seu acesso a locais sensíveis. Mas fica a dúvida sobre o que terá levado a incluir esta informação desrespeitando o princípio largamente adoptado.



publicado por Pedro Freire às 23:35
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