A situação ainda é um pouco confusa, mas parece que a maior parte das notícias vindas a público sobre o novo projecto de comboio em alta velocidade continham erros espectaculares, por má interpretação das palavras do Ministro Vítor Gaspar ou por especulações infundadas. No blog Blasfémias apresenta-se uma boa panorâmica dos disparates que se disseram a propósito. O post de jcd e as últimas notícias parecem indicar que o projecto reformulado não partirá para já de Lisboa, mas sim de Sines, que se destinará fundamentalmente a mercadorias, que será em bitola europeia. Falta saber a velocidade pretendida.
Que se passa com a alta velocidade? É TGV equivalente a "combóio de alta velocidade", como a tradução de "train de grande vitesse" faz crer? Ou quando se fala simplesmente em "alta velocidade", pode não ser tão rápido como o TGV francês? Qual o significado das notícias de hoje sobre as novas decisões do Governo sobre esta matéria? Trata-se de uma reviravolta em que o Governo, pela voz de Vítor Gaspar, muda inesperadamente de posição (e de via) e, pouco dxepois de ter anunciado a renúncia definitiva à construção da ligação Lisboa-Madrid em TGV volta ao projecto e já quer o que há pouco não queria, como insinua, no seu modo de noticiar, a TVI24? Segundo umas notícias, "O Governo já negociou com Bruxelas o financiamento para a linha de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, informou o ministro das Finanças à TVI. A linha em bitola europeia, que servirá para passageiros e mercadorias, deverá avançar entre 2014 e 2020 e contará com uma comparticipação comunitária de 85% e não de 25%, como estava previsto em anteriores projetos." Mas outras referem que a nova linha avançará em bitola ibérica, com um "intercambiador na fronteira do Caia para que os comboios adaptem os eixos dos seus rodados aos dois tipos de bitola" e que estará "agora refocalizado nas mercadorias". Mas afinal parece que "O ministério da Economia desmentiu as informações que davam conta de uma iniciativa do governo de retomar o projecto de alta velocidade." As declarações do Ministro das Finanças à TVI não explicam, pois centram-se no aspecto financeiro. Recorda que o troço Poceirão-Caia do TGV foi cancelado e diz que "Como é de conhecimento público, a reformulação do anterior projeto Lisboa-Madrid - refocalizando-o nas mercadorias e reduzindo significativamente a despesa envolvida - foi negociada com Bruxelas". Afinal esta nova reformulação já era do conhecimento público? O projecto reformulado é ainda entre Lisboa e Madrid? O Ministro da Economia não sabia? A bitola será ibérica ou europeia? A refocalização ou reformulação ou o que se queira chamar comtempla apenas mercadorias ou também se destina a passageiros? A sustentabilidade financeira está agora assegurada? São muitas dúvidas.