Inesperadamente anuncia-se que a Ministra da Educação ia dar uma conferância de imprensa. Curiosidade: Que poderia ir dizer de tão importante que valessa a pena convocar uma conferância de imprensa não programada?
Pus de mim para mim 3 hipóteses: 1) Ou ia anunciar a demissão do cargo por não aguentar a tensão; 2) ou ia reconhecer a impossibilidade de continuar o processo de avaliação dos professores do modo proposto e anunciava a sua suspensão e regresso à estaca zero; 3) ou ia dizer que estava cheia de razão, os sindicatos não tinham qualquer credibilidade e portanto a avaliação ia avançar doesse a quem doesse. Depois de formular estas hipóteses, todas me pareceram altamente improváveis e confessei que não conseguia conjecturar que mensagem tão importante tinha a ministra a dizer aos portugueses.
Afinal, depois de ouvir a ministra, não fiquei mais esclarecido. Nada disse de novo, nada anunciou, nada propôs. Para que serviu a conferência de imprensa?
A cena fez-me lembrar a peça de Ionesco "As Cadeiras", em que um velhote prepara uma sala para anunciar ao mundo as suas grandes ideias, pondo, com a ajuda prestável da mulher, filas de cadeiras para os convidados esperados. No fim, perante uma plateia vazia, emite apenas sons incompreensíveis.
As declarações da ministra pareciam as ideias do velhote. Ou fui eu que não compreendi?