Mais uma notícia do Público com contradições:
O Público hoje noticia "Lixo de Seixal e Almada será tratado por Central de Valorização Orgânica".
O texto explica correctamente que a valorização orgânica consiste em compostagem "na presença de oxigénio" e digestão anaeróbia na "ausência de oxigénio", fala, no primeiro caso, em "acção de microrganismos" e, no segundo, em "degradação biológica ... levada a cabo ... através da actividade combinada de diferentes microganismos". Diz ainda que será produzido composto, "uma espécie de adubo sólido" e que "o biogás, produzido no processo de digestão anaeróbia" permitirá a produção de energia eléctrica. Até aqui tudo bem e tudo correcto e bem explicado. Apenas não refere que parte dos resíduos a tratar é destinada a compostagem e que parte vai para digestão anaeróbia.
No entanto a figura que ilustra a notícia não condiz com as técnicas descritas. O esquema apresentado é antes o de uma central de incineração, inclusivamente tem "Grelha e Câmara de combustão" e os gases provenientes dessa queima são feitos passar por uma caldeira para aproveitamento do calor que transportam, não se tratando de biogás. A figura indica como fonte Amarsul, mas não corresponde à valorização orgânica objecto da notícia. Não há compostagem, não há qualquer processo biológico, nem há produção de adubo e de biogás, apenas há aproveitamento térmico.